Tem um tanto de espaço numa campanha eleitoral

Imagem:
Telescópio Webb
Telescópio Webb
/
Nasa, Agência Espacial Europeia, Agência Espacial Canadense
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Veiculado originalmente por:
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especial para
Lab Jornalismo 2050®.
written to
Lab Journalism 2050®.
Data da publicação original:
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9/3/2023
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Que campanha fizemos, pelo que “lutamos”, o que aprendemos? Meu pessimismo sereno me leva a fazer essas e outras muitas perguntas que levam ao livro de Eclesiastes. Quando Salomão, hypothetically speaking, concluiu que não havia nada novo debaixo do sol, tinha se cansado da glória da sabedoria. Logo, fizemos mais do mesmo, lutamos coisa nenhuma, aprendemos mais jeitos de manter nosso ponto de vista. Mas, um minuto, senhoras e senhores. Não é assim que vejo, hoje, apesar das evidências.

Nesta sexta-feira, terminamos as jornadas de propaganda partidária, de alianças partidárias, de formação de grupos políticos, de distribuição de fundos, de propaganda eleitoral, de impressão de papéis. Partimos, até domingo, para o momento que se está no ar depois de um pulo olímpico. O que se deu de impulso, o que se deu de movimentos corporais, o que se deu de preparação, deram-se. Agora, tem o vento do noticiário, a gravidade das igrejas, uma ou outra sinapse destinada à proteção dos órgãos vitais.

Encontrei, no conjunto eleitoral de 2022, mais especificamente nos candidatos e correlatos, um homem inteiro, uma mulher inteira, quem sabe mais alguns, mas muitos mortos-vivos. Isto é, gente que precisa de um amigo. Há alguns anos, há quase vinte, diante de uma reunião formal com artistas da cidade, ri tanto de uma piada que cuspi vinho tinto em cima de pessoas bem-vestidas, móveis, e até no cachorro. Foi quando Dudson disse “você precisa de um amigo” enquanto me ajudava a limpar a sujeira me tirava rapidamente de circulação por um instante.

Não julgo que eu tenha deixado de precisar de um amigo. Não somente preciso como tenho o suficiente para ser esse amigo a outros. Vocês podem me perguntar “o que cuspiram em você, Sgarbe?”. E não foi nada ácido ou mortal, mas um hálito de talco de velha. Particularmente, adoro o cheiro de velhas bem-cuidadas, meu Deus, como uma coroa arrumada me inspira! Mas me refiro a um certo cheiro de guardado, a mofo grosso, a uma colônia de bactérias que pode suceder a um pedaço velho de beterraba, a cada ideia do tempo do êpa. Esse foi o trecho ruim de correr. Mas, então, olhei para cima.

Poucas horas depois do Webb nos enviar imagens de estrelas, eu passava no breu da fazenda de Fabio em direção à beira do Rio Ivaí. Por incentivo do amigo, olhei para cima. E me senti totalmente sozinho diante do Universo, a não ser pela profunda consciência de Deus. Os pontos brilhantes e multicoloridos do telescópio estavam reproduzidos bem ali, diante de um pescoço flácido que se espichava para o céu, a olho nu. Foi quando entendi qual seria meu papel na comunicação eleitoral deste ano. Fabio propõe, dentre outras coisas, que o Paraná incentive e patrocine a abertura de lojas de produtos regionais no metaverso. Da velha política fétida ao futuro digital, em uma ida despretensiosa para o Norte.

Referências

ABNT
SGARBE, V.
Tem um tanto de espaço numa campanha eleitoral
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Lab Jornalismo 2050.
Curitiba,
2023
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Disponível em:
https://www.jornalismo.digital/lab-jornalismo-2050/gestores-atentos-a-realidade-das-equipes-tem-mais-sucesso
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Acesso em:
Data de hoje
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