Meu medo mais recente é estar sentenciado a uma felicidade maior que a de meus irmãos. Ironicamente, sinto culpa. E culpas católicas não se dissipam em cem anos. Além do mais, acho que não tenho mais cem anos, porque abusei de remédios na adolescência, e a saúde hepática, ah, que piada.
Nas mesmas horas que recebo notícias suas que chegam de Paris, conheço em Curitiba um homem que tem vontade de comer carne humana. Estive, meu amigo, todos esses anos, sendo preparado para ler tal coisa antropofágica no quinhentismo. Mas, agora, assim, um canibal do Portão, não sei.
Sempre que lembro de ti e de Cassiana me sinto religioso — In a good way.
Até depois.