O primeiro aplicativo de adoção de crianças e adolescentes do Brasil completa cinco anos. O aniversário é celebrado em uma solenidade no plenário do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR), e reúne fundadores, profissionais, voluntários, e autoridades do Judiciário. A data do lançamento do A.dot, 25 de maio, é também o Dia Nacional da Adoção. Há transmissão pela internet, para que a rede A.dot, hoje em nove estados do país, possa participar. Assista na íntegra.
Presidente da Comissão Estadual Judiciária de Adoção (Ceja) do Paraná e fundador do A.dot, o juiz de direito substituto em segundo grau Sérgio Kreuz é o primeiro a discursar. Ele diz que “o A.dot é um projeto que envolve não só o poder público, como é o caso do Tribunal de Justiça, mas também a sociedade civil. Aliás, como preconiza o Art. 227, que é dever da família, da sociedade, e do Estado assegurar à criança o direito de ter, de viver, de crescer num ambiente familiar”.
Ele explica que “para o aplicativo só vão aquelas crianças, aqueles adolescentes, que não teriam mais nenhuma chance de adoção pelas vias tradicionais. Ou seja, já estão lá porque no cadastro nacional, estadual, local, não encontraram pretendentes. Então, são adoções extremamente difíceis, que normalmente não aconteceriam”.
E celebra que “pelo aplicativo passaram neste período [de cinco anos] 845 crianças e adolescentes, principalmente, muitos deles, com deficiência. Nós temos um dado de adoções confirmadas, são 133 feitas por meio deste aplicativo”.
Kreuz emociona os ouvintes ao afirmar que o Paraná tem mais de quatro mil crianças à espera por adoção, “que buscam ansiosamente por uma família”. E completa: “Sempre digo que a criança que está no abrigo é o pobre dentre os pobres. Porque essa criança perdeu. Ela perdeu os amigos, perdeu os parentes, perdeu até o pai e a mãe. Então, cabe a nós, como sociedade, como Estado, fazer todo o esforço”.
A apresentação da jornalista e idealizadora do A.dot, Adriana Milczevsky, começa com: “quero dizer a vocês que se ouvirem algum barulho durante a minha fala é o meu coração”. Ela comenta a relação entre a produção editorial profissional e o A.dot. “Nós somos muitos comunicadores dentro do grupo, e o Dr. Sérgio acreditou, como nós, que a comunicação é uma ferramenta de transformação. Pelo aplicativo, são mais de cem vidas que viraram filhos”.
A vice-presidente do TJPR, desembargadora Joeci Machado Camargo, propõe a seguinte reflexão: “todos nós acreditamos que podemos trazer um pouco de felicidade, que podemos trazer um pouco do nosso trabalho. Mas não o nosso trabalho burocrático [...], mas do nosso coração. Nós vemos crianças, aqui que, de uma forma ou de outra, estão abrigadas. E quando nós sairmos daqui, e olharmos na rua? Vamos encontrar crianças desabrigadas”.